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Por Claudinei Costa *

A ascensão da extrema direita no Brasil nos últimos anos tem sido marcada por um fenômeno preocupante: a proliferação desenfreada de fake news. Essas notícias falsas, muitas vezes criadas e disseminadas com fins políticos, servem como ferramentas para manipular a opinião pública, semear discórdia e minar a confiança nas instituições democráticas.

Engenharia Social e Manipulação:

A extrema direita brasileira se destaca pela engenhosidade na criação e propagação de fake news. Através de técnicas de engenharia social, exploram as emoções e os preconceitos do público, criando narrativas sensacionalistas e apelativas que se espalham rapidamente pelas redes sociais. A manipulação de imagens e vídeos, a criação de perfis falsos e a utilização de bots para amplificar o alcance das mensagens são algumas das táticas empregadas.

Motivações por Trás da Cortina de Fumaça:

Os motivos por trás da disseminação de fake news pela extrema direita são complexos e multifacetados. Entre os principais, podemos destacar:

• Deslegitimação do Oponente: Um dos objetivos centrais é atacar e deslegitimar seus oponentes políticos e ideológicos. Através de notícias falsas que os acusam de crimes, corrupção ou atos imorais, buscam minar a confiança da população e criar um clima de descrédito.
• Controle da Narrativa: A extrema direita busca controlar a narrativa e impor sua visão de mundo à sociedade. Através da manipulação da informação, tentam moldar a percepção da realidade do público, direcionando-o para seus próprios interesses.
• Mobilização e Engajamento: As fake news servem como ferramenta para mobilizar e engajar seus apoiadores. Ao criar um senso de urgência e medo, estimulam a participação em atos políticos, campanhas de difamação e até mesmo atos de violência.

Um Paradoxo Intrigante: O Apoio Popular

Um aspecto intrigante da ascensão da extrema direita no Brasil é o apoio que recebe de setores da população que, em tese, deveriam ser seus maiores opositores: os trabalhadores, os servidores públicos, os comerciantes e os autônomos. Importante se faz colocar que algumas situações precárias das condições socioeconômicas, a falta de acesso a serviços básicos e a descrença nas instituições tradicionais alimentam um sentimento de frustração e vulnerabilidade entre esses grupos, aliada a isso a dissonância cognitiva.

Fatores Socioeconômicos e Busca por Soluções Simples:

Diversos fatores contribuem para esse paradoxo. A precariedade das condições socioeconômicas, a falta de acesso a serviços básicos e a descrença nas instituições tradicionais alimentam um sentimento de frustração e vulnerabilidade entre esses grupos. A extrema direita, por sua vez, se apresenta como a única capaz de oferecer soluções rápidas e fáceis para seus problemas, explorando essa fragilidade para conquistar sua adesão.

Discurso Antisistema e Ataques a Minorias:

O discurso antisistema da extrema direita também encontra eco em setores da população que se sentem marginalizados ou excluídos. Ao atacar minorias e culpá-las pelos problemas do país, a extrema direita oferece um bode expiatório para o descontentamento social, desviando o foco das verdadeiras causas da desigualdade e da pobreza.

Falta de Informação Crítica e Influência das Redes Sociais:

A falta de acesso à informação de qualidade e o baixo nível de educação crítica também contribuem para a adesão à extrema direita. As redes sociais, muitas vezes utilizadas como principal fonte de informação, se tornam terreno fértil para a proliferação de fake news e para a manipulação do discurso.

Combater as Fake News: Uma Batalha Urgente

Combater a proliferação de fake news e a desinformação é crucial para barrar o avanço da extrema direita e proteger a democracia brasileira. É necessário um esforço conjunto de diferentes setores da sociedade, incluindo:

• Mídia: A mídia tem um papel fundamental na verificação de informações e na promoção de um jornalismo responsável. É importante que os veículos de comunicação combatam ativamente a desinformação e deem espaço para vozes diversas.
• Instituições de Ensino: As escolas e universidades devem investir na educação crítica e no desenvolvimento do senso crítico dos alunos, capacitando-os para identificar e questionar informações falsas.
• Plataformas Digitais: As plataformas digitais, como Facebook, Twitter e WhatsApp, precisam implementar medidas mais rigorosas para combater a disseminação de fake news em suas plataformas.
• Sociedade Civil: A sociedade civil precisa se mobilizar e se engajar na luta contra a desinformação. É importante que os cidadãos se tornem consumidores críticos de informação, compartilhem apenas conteúdos confiáveis e denunciem fake news quando as encontrarem.